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Econews - 22/04 26/04/2024

 

Centros de Triagem reabilitam e devolvem milhares animais silvestres à natureza

[25/04/2024]

A manutenção de animais silvestres na natureza permite a conservação de espécies e de habitats nativos e a diversidade biológica. E é o trabalho de reabilitação de animais silvestres, com foco principal na sua devolução ao ambiente natural, que move a atuação dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Somente em 2023, foram cerca de 60 mil animais atendidos – 67% deles aves, 14% mamíferos, 15% répteis e 4% de outros grupos. Do total, aproximadamente 40 mil animais foram reabilitados.

Os animais silvestres chegam aos Cetas de várias maneiras. Em torno da metade é apreendida no tráfico, tanto nacional quanto internacional, em ações do Ibama, da Polícia Federal, das Polícias Rodoviárias federal e estaduais, dos batalhões de polícia ambiental e de entidades estaduais e municipais.

Alguns animais são resgatados em situações de risco, vítimas de atropelamento, tentativas de caça, filhotes órfãos, entre outras situações. Uma terceira forma de entrada dos animais aos Cetas é a entrega voluntária, realizada por pessoa que possui um animal de origem ilegal e decide entregá-lo ao Ibama. Decisão acertada, que proporciona o bem-estar do animal e isenta o responsável de autuações.

Muitos animais chegam aos Cetas necessitando de reabilitação intensiva. O processo inclui treinamento de voo para aves, reeducação alimentar, incentivo ao comportamento natural e minimização da interação humana. Mesmo após anos de cativeiro, é possível a reabilitação de animais e retorno à natureza. Porém, quanto maior o tempo de cativeiro, maior o tempo de reabilitação.

Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas)

Na sua atuação, os Centros de Triagem contam com Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas), localizadas em propriedades rurais cadastradas junto ao Ibama (Instrução Normativa nº 5/2021), como parceiras importantes, informa a médica veterinária Juliana Junqueira, coordenadora de Gestão, Destinação e Manejo da Fauna e Biodiversidade Aquática (Cobio), unidade do Instituto responsável pela gestão das 25 Cetas pelo país.

Elas são classificadas em três categorias:

- Reabilitador sem Asas: local que dispõe de estrutura para promover a reabilitação de animais silvestres e destina-se a disponibilizar suporte para que o Ibama possa efetuar ou complementar o processo de reabilitação de animais;

- Asas Simples: destinam-se à soltura de animais silvestres diretamente no ambiente natural (hard release); e

- Asas com Reabilitação: áreas para soltura que dispõem de estruturas usadas no processo de reabilitação. Destinam-se à soltura branda (soft release), procedimento que inclui a aclimatação dos animais silvestres em viveiros na área, visando posterior soltura no ambiente natural.

Área de ocorrência

A soltura dos animais ocorre respeitando o tempo necessário para o processo de reabilitação e as áreas de ocorrência das espécies. "Isso evita a introdução de espécies alóctones [que não estão no seu habitat de ocorrência natural], as quais poderiam causar desequilíbrio ambiental", frisa Junqueira.

Os Cetas são fundamentais para os processos de refaunação e trabalham para a prevenção de novas ameaças à fauna silvestre, permitindo que as espécies ditas “comuns” nos ecossistemas permaneçam frequentes e prestem serviços ambientais relevantes.

Rede Cetas

Os Cetas são vinculados às superintendências estaduais do Ibama, operando em rede nacional colaborativa, com o apoio técnico da Cobio. Alguns desses centros buscam acordos de cooperação com órgãos ambientais nos estados para gestão conjunta.

Legislação

Conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), a multa para quem guarda sem autorização, abusa, maltrata, mata, fere ou mutila animais silvestres varia de R$ 500 a R$ 5 mil por animal. Junqueira defende a necessidade de revisão da norma vigente em busca de uma punição mais rigorosa para os crimes contra a fauna. Ela diz que é preciso que as pessoas mudem esse olhar sobre os animais silvestres, aprendendo a apreciar e não a querer possuir. “As pessoas têm uma ideia errônea de que estão fazendo o melhor para o animal, dando abrigo e alimentação. Mas não se trata do que achamos que estamos oferecendo e sim do que estamos tirando: a liberdade”, conclui.

Fonte: Ibama